Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Histórico > 6ª ICFEx > Histórico do Forte de São Pedro
Início do conteúdo da página

Histórico do Forte de São Pedro

Publicado: Friday, 07 de August de 2020, 14h56 | Última atualização em Thursday, 01 de July de 2021, 12h36 | Acessos: 4023

HISTÓRICO DO FORTE DE SÃO PEDRO

O 6º Centro de Gestão, Contabilidade e Finanças do Exército (6º CGCFEx) é a mais nova Setorial Contábil e Unidade de Controle Interno no Sistema de Economia e Finanças (SEF) tendo sido ativada em 1º de dezembro de 2017 e instalada no Forte de São Pedro, antiga fortaleza colonial portuguesa.

O Forte de São Pedro é uma instalação militar secular, cuja história se confunde com a própria história do Exército Brasileiro e de Salvador. Localiza-se ao sul do largo do Campo Grande, a sudoeste na cidade alta.

No local, onde hoje existe o forte, havia originalmente trincheiras ou um fortim português feito de terra batida. A Ermida de São Pedro (uma igreja de pequena dimensão) se situava nas imediações e possivelmente acabou conferindo o nome ao forte que foi erguido pelos holandeses, quando da invasão dos batavos, em 1624. Tinha a função de defesa do acesso terrestre sudoeste daquela capital. Suas obras portuguesas foram iniciadas a partir de 1627, no Governo Geral de Diogo Luís de Oliveira (1626-35), empregando faxina e terra, e sendo artilhado com trinta e cinco peças (BARRETTO, 1958:178). A partir de 1646, no Governo Geral de Antônio Teles da Silva (1642-47), foi reconstruído em alvenaria de pedra e cal na forma de um polígono quadrangular com baluartes pentagonais nos vértices em estilo Vauban. Em 1661, diante da ruína da portada de acesso, em madeira, foi ordenada a sua substituição por outra, de pedra e cal.

No governo do Vice-Rei D. Pedro Antônio de Noronha Albuquerque e Souza (1714-18), dentro do plano de fortificação de Salvador elaborado pelo Engenheiro francês Brigadeiro Jean Massé em 1714, foram-lhe acrescentadas muralhas, fosso e obras exteriores de defesa. Cisterna, Quartel de Comando e obras internas foram realizadas a partir de 1717, sendo o forte inaugurado em 1722, no governo do Vice-rei D. Vasco Fernandes César de Menezes (1720-1735). Sua nova portada de acesso foi erguida em arco abatido, superposta por uma espécie de tribuna. Dispostos ao redor do terrapleno encontram-se os edifícios de um pavimento ao abrigo das muralhas, e no centro, uma cisterna. Os vértices dos baluartes apresentam guaritas em forma de torreões encimados por cúpulas. BARRETTO (1958) informa que estava guarnecido por um capitão e três soldados artilheiros, sendo a sua artilharia aumentada para quarenta e três peças, cinco de bronze (duas de calibre 10 libras, duas de 8, e uma de 3), trinta e sete de ferro (dezesseis de calibre 24, quatro de 12, quinze de 8, uma de 6 e uma de 2), e um morteiro de bronze de 1/2. Cooperava com o Forte de São Paulo, com o qual se comunicava por meio de uma cortina (Op. cit., p. 178-179).

Os seguintes eventos históricos relevantes ocorreram no Forte de São Pedro:

  • Conspiração dos Alfaiates (1798-99), quando era no Forte de São Pedro que se reuniam os conspiradores, liderados pelos soldados Lucas Dantas e Luiz Gonzaga das Virgens, e pelos alfaiates João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino dos Santos Lira;
  • O Forte de São Pedro recebeu em 08 de fevereiro de 1808, o Príncipe Regente D. João VI quando da chegada da família Real Portuguesa ao Brasil;
  • No contexto do levante militar de 1821 na Bahia, foi o último foco de resistência rebelde a cair, com a detenção do então Brigadeiro Manoel Pedro de Freitas Guimarães e de outros oficiais brasileiros (21/fev/1822), ante as forças portuguesas que passam a dominar Salvador, sob o comando do Coronel Inácio Luís Madeira de Melo (1775-1833);
  • Guerra de Independência do Brasil (1822) que terminou em 02 de julho de 1823 com as tropas nacionais sob o comando do Major Manuel Marques Pitanga, irmão do futuro Almirante Tamandaré, e tendo entre seus oficiais o jovem tenente Lima e Silva;
  • Em 1835 foi o centro da resistência contra a Revolta dos Malês;
  • Nele também se abrigaram os revoltosos durante a Sabinada (1837-38), que o utilizaram como quartel-general, nele resistindo até à capitulação dos seus 597 defensores sob o comando do TC Sérgio Veloso (15/mar/1838);
  • Em 09 de outubro de 1859, o Imperador D. Pedro II visitou o Forte, por ocasião de sua Inspeção Real nas províncias do Norte;
  • Em 17 de novembro de 1889, dentro do Forte, é Proclamada a República da Bahia com a arriação do Pavilhão Imperial e hasteamento da Bandeira do Clube Republicano, que mais tarde seria escolhida como a Bandeira da Bahia.
  • Uma grande reforma foi efetuada em 1905, quando aterraram os fossos (GARRIDO, 1940:88), após o que o forte foi desarmado;e
  • No início de 1912 recebeu canhões Krupp de 75 mm. Tomou parte no bombardeio da cidade, juntamente com o Forte do Barbalho e com o Forte do Mar (10/jan/1912), no contexto da Política das Salvações do Presidente da República, Hermes da Fonseca (1910-14).

Durante seu longo período de existência, foi sede do 16º Batalhão de Infantaria (1877), da Auditoria Militar e do Estabelecimento Regional de Finanças (1931 a 1938), do 19º Batalhão de Caçadores (1939 a 1942) de onde saíram os primeiros “pracinhas” da Bahia para a Força Expedicionária Brasileira, do Estabelecimento Regional de Subsistência Militar da 6ª RM (1945), da 17ª Circunscrição do Serviço Militar transferida do Forte de São Joaquim (1975), do Depósito Regional de Subsistência da 6ª RM por transformação do ERS/6, e do 6º Depósito de Suprimento (1991). Em 2016 foi extinta a 17ª CSM e desde o final de 2017 recebeu a recém-criada, 6ª ICFEx.

O Forte de São Pedro é tombado pelo IPHAN.

Referências:

OLIVEIRA, Mário Mendonça de. As Fortificações portuguesas de Salvador quando Cabeça do Brasil. Salvador: Omar G. 2004

http://fortalezas.org/index.php?ct=fortaleza&id_fortaleza=85 acesso em 05 de agosto de 2020.

http://www.6dsup.eb.mil.br/index.php/historico-forte-sao-pedro acesso em 05 de agosto de 2020.

registrado em:
Fim do conteúdo da página